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13 de novembro de 2020

Eleições Municipais 2020: Escolhas difíceis em tempos difíceis

Pe. Carlos Augusto da Cruz Silva

Às vésperas das eleições municipais nos deparamos com vários nomes, rostos e números e uma grande dúvida: em qual deles votar? Nunca o momento de escolher nossos representantes foi tão difícil. Desde março por causa da pandemia do coronavirus, o isolamento social, o fique em casa, não se abracem, não apertem as mãos, evitem aglomerações, use mascará o tempo todo, foram as frases (recomendações para nossa segurança) que mais ouvimos.

Por causa disso, vimos gente sendo agredida em ônibus por não estar usando máscara, gente pagando multa por estar na rua. Vimos escolas, igrejas, parques, praias, cinemas, museus, teatros, shoppings, clinicas, empresas, comércios, etc. tudo ser fechado por medida de segurança. Festas foram canceladas, feriados antecipados, pessoas perderem empregos, milhares morreram, famílias enlutadas, uma realidade que causou pânico, dor e muito sofrimento, no Brasil e no mundo. De repente, 01 mês antes das eleições parece que a pandemia acabou. Aos poucos vimos as coisas sendo reabertas e a rotina voltando ao dito “normal”. Parece que a pandemia de fato acabou.

Estamos livres do coronavirus? Não. Mas para justificar nossa ida as urnas para darmos nossos votos ao futuro prefeito e aos vereadores, vimos pouco a pouco as atividades sendo retomadas, ainda que tendo que se seguir os protocolos de segurança. Mas em detrimento da campanha eleitoral o que vemos agora? Tudo o que nos pediram não fazer desde o início desta pandemia. Nossos candidatos, a maioria deles, para consegui nosso voto, fazem diariamente carreata, eventos, aglomerações, beijinhos e abraços coletivos para garantir a chegada a prefeitura e a câmara dos vereadores. Como entender e aceitar isso?

Levar a sério o cenário político numa realidade tão difícil como a que enfrentamos este ano é uma missão quase impossível. Se já era difícil acreditar nestes homens e mulheres agora ainda mais... por que não me parece normal que as vésperas das eleições agirmos como se a pandemia do covid-19 não mais existisse. Já se antevê uma possível nova onda de infecções e com isso um novo fechamento das atividades para “evitar aglomerações”, afinal, o modo mais seguro de evitar a propagação do vírus é o “fique em casa”, mas agora tudo bem, podemos sair para as campanhas, poderemos sair para votar no próximo dia 15 de novembro. Será mesmo seguro?

Parece termos sido enganados com as “aberturas gradativas” das coisas, para justificar que podemos ir às urnas no final de semana que se aproxima com toda tranquilidade do mundo. Afinal quem iria sair de casa para votar depois de mais de 06 meses em casa? Por isso, tudo foi pouco a pouco sendo reaberto, ficando claro que na verdade é mais uma manobra para nos enganar, no final de contas nosso voto conta mais que a nossa segurança. Não se admirem se após o dia 15 de novembro tivermos que voltar ao isolamento social, vê tudo fechar novamente e ter que passar o resto deste tenebroso ano trancado dentro de nossas casas. Afinal de contas já teremos feito nossa difícil escolha: eleger nossos comprometidos governantes.

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