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26 de Dezembro de 2022

Narrativas natalinas

Pe. Miguel Ramon

O tempo que precede à festa do Natal e ainda se estende até a celebração do Ano Novo é caracterizado por um clima muito especial. Na Festa de Natal sempre me sinto confrontado com sentimentos bem contraditórios. Há de fato, várias narrativas que circulam para criar um ambiente diferente do que se vive no dia a dia. Muitas vezes estão longe daquilo que podia ser uma autêntica celebração do nascimento de Jesus. Em cinco breves reflexões vou apresentar algumas narrativas que podem nos ajudar a voltar ao verdadeiro sentido de Natal. Nem sempre é fácil distinguir umas das outras e muitas vezes estão entrelaçadas.

Uma primeira narrativa, que se impõe sempre mais é a do consumismo. De todas as formas precisa-se comprar presentes e mostrar desta maneira o amor e o carinho que se possa ter para com familiares e amigos – as vezes chamados até de secretos ou ocultos. Outro aspecto é comer e beber ao redor de mesas fartas com pratos deliciosos e bebidas requintadas. Há pratos típicos natalinos das mais variadas cores e sabores. Os supermercados e as lojas se organizam e fazem propaganda para atrair clientes e obter bons lucros com as vendas. A figura que mais representa esta narrativa é Papai Noel. Evidentemente que este velhinho bondoso não tem nada a ver com o nascimento de Jesus. Celebrando a Missa de Natal em uma das comunidades, uma criança vestida de Anjo veio trazer o menino Jesus para ser colocado no presépio. Me inclinei um pouco para ela para dizer que precisava continuar com Jesus nos braços e levá-lo até a manjedoura. Aí ela me disse bem baixinho: “hoje a noite Papai Noel vai passar em minha casa” As palavras tão espontâneas da criança, infelizmente são um fiel retrato daquilo que muitas vezes está na cabeça de muitos adultos quando pensam no Natal.

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