03 de Janeiro de 2023
Narrativas natalinas (2)
Pe. Miguel Ramon
No primeiro texto apresentamos uma narrativa consumista do Natal. Nesta segunda tratamos da folclórica-cultural. Em parte, já está presente na maneira como são comercializados os produtos típicos da época. Faz parte do clima natalino sair para fazer compras, adquirir uma roupa nova, pintar e enfeitar a casa. Contribuem para isso as árvores de Natal, as luzes e decorações das ruas e das casas. Nas grandes cidades há decorações gigantescas e esplendorosas que atraem turistas de toda parte. Há apresentações de grupos musicais e corais com cantos natalinos ou outros que comovem os corações. Apresentam-se Papais Noel de todos os tamanhos e em situações bem diversificadas. Raras vezes se vê um Papai Noel negro. Assim também o menino Jesus que é colocado na manjedoura ainda corresponde à apresentação da cultura europeia que trouxe para o Brasil um menino branco de olhos azuis.
O trenó, puxado por renas, já pode ser substituído por outros meios de locomoção. Papai Noel pode chegar de carro e até de helicóptero. Artistas amadores ou profissionais se dedicam a montar os presépios mais diversificados. Organizam-se concursos para o presépio mais bonito. Criam-se, desta forma, verdadeiras obras de arte. Além dos personagens tradicionais de José e Maria, o menino Jesus, os pastores, os reis magos, o burro e o boi, é colocado um gama dos mais diversos bichos. A fantasia do artista pode criar ambientes e encenações encantadoras, bem diferentes do lugar onde, segundo a tradição, o menino Jesus nasceu. Tornam-se assim elementos de uma cultura e de um folclore muitas vezes com pouco ou nenhum nexo religioso. Neste contexto também podemos colocar a ceia natalina, que se torna uma excelente oportunidade para reunir a família.