Muitas pessoas ficam curiosas para saber quando e como será o fim dos tempos e o que acontecerá depois da morte. Como se dará o fim do mundo e o que sobrará do corpo humano? Vários “pregadores” procuram dar respostas a estes questionamentos. Alguns deles, aparentemente, têm conhecimentos especializados nestes assuntos. Há “iluminados” que até pretendem saber e prever com grande precisão de data quando o mundo vai acabar. Não faltam previsões da catástrofe final, até baseados em textos bíblicos. O anúncio de destruição total da terra provoca medo e leva pessoas a tomarem decisões precipitadas e chocantes como o suicídio coletivo.

Nas passagens apocalípticas dos Evangelhos, também se usam várias imagens que se referem ao fim dos tempos. Evidentemente que não se trata de descrições detalhadas e realistas daquilo que vai acontecer. Os autores não têm este objetivo. Eles não escrevem para amedrontar seus leitores, mas para encher de esperança e confiança aqueles que vivem em situações difíceis e se confrontam com diversas tribulações na vida e diante da realidade da própria morte.
Estes trechos dos Evangelhos assim como o próprio Livro do Apocalipse visam fortalecer a caminhada das pessoas e das comunidades cristãs. Apelam para que os seguidores de Jesus, cuja volta tarde a acontecer, não percam o ânimo, mas continuem firmes na fé e na esperança, vigilantes e atentos para viver sua fé na prática cotidiana.

O texto de Mateus 25, 1-13, em que Jesus conta a parábola das 10 jovens que vão ao encontro do noivo na festa do seu casamento ilustra muito bem este apelo à vigilância. Não basta levar a lâmpada da fé. Não basta dizer: Senhor, Senhor. Precisa ter também o óleo. Uma fé vazia, que não se concretiza na realização da vontade do Pai, que não se traduz em obras de amor e justiça, não garante a salvação.
O noivo pode chegar no meio da noite e as convidadas precisam ter o óleo disponível para acender as lâmpadas e acompanhá-lo até o salão de festa. Sem a devida providência e vigilância ativa, não haverá como participar da festa. Quando o noivo chegar, ele vai logo para as bodas, acompanhado das que tinham providenciado óleo para suas lâmpadas. A porta do salão vai se fechar e ele não espera as que ainda foram comprar o óleo. Como ninguém sabe o dia nem a hora, precisa estar pronto sempre.
Para o cristão o fim dos tempos sempre é visto numa perspectiva otimista. O noivo que está para chegar é o próprio Cristo. É preciso que nós fiquemos vigilantes , seguindo o caminho de vida proposto por ele, para entrarmos na sala das bodas, sentar-nos à mesa junto dele e participar do Banquete Celestial.